Friday, February 13, 2015

Imagine ChaMel - 3° Temporada







Capítulo 53 -Próxima parada, Califórnia.


A manhã do sábado chegou. Melissa acordou cedo para ir ao encontro de sua tia, Luiza, que a levaria para o aeroporto. Brian teria que ir ao hospital, o que impediria que os dois fossem juntos. Ela dormiu com o namorado, fazendo com que levantasse com cuidado para que ele não acordasse. Se trocou e foi até a cozinha onde sua madrinha a esperava para tomar café.

- Bom dia - desejou Lua
- Bom dia - Melissa respondeu sem manter contato visual
- Dormiu bem?
- Sim - ela respondeu ainda sem jeito

Lua sorriu percebendo o que estava acontecendo.

- Esta tudo bem, Melissa?
- Hã, é, esta... - ela se serviu
- Certeza? Estranho, pois achei que você pudesse estar envergonhada por alguma coisa. Mas olha, no que eu estava pensando?! - ela ironizou
- Esta tão evidente assim?
Lua riu 

- Esta sim.
- É que sabe como é, né?! Eu espero...
- Sei sim. Acho engraçado como sua você e sua mãe se parecem, ela também era super envergonhada quando o assunto era namoro.

Melissa sorriu de canto

- Mas não precisa ficar assim - Lua quis amenizar - eu só quero o melhor para vocês dois. E então devo intervir quando acho que algo esta, digamos, a mais, entende?
- Claro, e super concordo. É que as vezes... - Melissa desistiu em dizer - Ah deixa.
- Pode falar - ela segurou a mão da afilhada
- O Brian, em vezes, é um tanto... - ela procurou a palavra exata - um tanto assanhadinho demais, sabe?
- Sei, mas infelizmente eu não posso mudar isso, sinto muito.
- Não, nem precisa, eu entendo ele. Pelo menos eu acho. Mas também agora vamos estar longe, então, bom, vocês, como meus pais, podem ficar sossegados.
- Não é questão de estarmos sossegados ou não. Sei que esta sendo difícil para vocês ter que se despedir, afinal, aguentar uma distancia de cerca de onze países não é nada fácil. Então vou entender ontem como uma despedida, ta? - as duas sorriram e terminaram o café. Não demorou muito para que Luiza chegasse.

As horas foram passando e todos já estavam de pé.

- Ansioso para a viagem? - perguntou Mel quando o marido saiu do banho
- Ansioso ainda mais para começar, novamente, nossas vidas - a mulher sorriu e eles deram um beijo rápido
- Hum, será que as meninas estão bem? - ela agora se trocava, como Chay - acha que devo ligar?
Chay deu uma breve risada - É claro que está tudo bem. A não ser que ache sua irmã não consiga cuidar de um bebê, afinal, não se tem muito do que cuidar da Melo.
- Mas...
- Sem mas, dona Melanie - ele a interrompeu - elas estão maravilhosamente bem, qualquer coisa a Luiza liga pra gente. Agora vamos tomar o café? Estou morrendo de fome!
- Quando não esta? - os dois riram e se beijaram.

Luiza brinca com a filha, Estela, enquanto Larissa dorme docemente no bebê conforto. Melissa e Manuela conversam no quarto da mais velha.
- Sabe, tenho que te confessar uma coisa - começou Manu - estou com uma baita de uma inveja de você.

Melissa sorri.

- Fala sério, você vai para outro país, morar em um lugares mais bonitos dos Estados Unidos e de quebra ainda vai ter gringo chovendo em cima de você?
- Não tinha pensado nestes prós.
- Jura que a quatro meses só vem pensando em males da viagem?
A mais nova mantém o silêncio.
-  Melissaaaa! - Manuela para na frente dela - como assim? Vai ter que mudar, ótimo, agora aproveita! Larga de pensar "ai meu Deus como vou deixar tudo aqui e blá blá blá". Você vai pra Califórnia, Melo, CALIFÓRNIA! - Manuela entrou em estado de êxtase - juro que se eu fosse você, estaria contando os minutos pra entrar naquele avião e ter uma vida nova.
- Este justamente é o problema, Manu, eu amo minha vida aqui, não quero uma nova.
- Olha, não é porque você esta indo pra outro país que vamos deixar de ser sua família e seus amigos - ela arrumou o cabelo da prima - agora deixa de baixo astral, coloca um sorriso neste rosto odiavelmente lindo e aproveita, gata.
- Acho incrível como acha pontos positivos em tudo.
- Nunca ouviu dizer que a vida é curta demais pra ficarmos nos preocupando com esses detalhes dela?
Melissa assentiu com a cabeça.
- Então para de se preocupar com tudo, deixa o destino resolver do jeito dele.
- Ah, Manuela, como você torna tudo fácil. O que seria da minha vida sem você?
- Nothing, baby!
- Realmente não seria nada, nada de diferente.
- Idiota - elas riram e continuaram a conversa

Caio e Anelise preparavam o café da manhã. Os filhos, Maria Eduarda e Murilo esperavam na sala enquanto assistiam televisão. Os amigos do casal, Natan e Olívia iriam visita-los, o que os impediria de se despedir de Chay e Mel.
 Próximo às dez horas da manhã, eles seguiram para o aeroporto. Melissa tentava, durante todo o caminho guardar os mínimos pedacinhos que compunham a cidade maravilhosa. Não houve conversa durante o trajeto. Manuela, vidrada no celular conversava com o namorado, que contava os planos para o final de semana. Estela, assim como Larissa, eram entretidas por um DVD. Luiza e Henrique trocavam apenas alguns olhares e sorrisos, nada muito fora do normal entre eles. Por outra rota, o casal, Chay e Melanie, se dirigiam para o mesmo destino. Assim fizeram como a filha, tentaram guardar sem muita dificuldade toda aquela paisagem que demorariam a ver novamente. Era estranho por vezes pensar em sair dali, onde tudo começou, deixar pra trás todo o sufoco de anos juntos, e recolher cada momento único. 
Não muito tempo depois eles chegaram ao destino. Parcialmente juntos. Eles abraçaram as filhas e com a típica pergunta de “como foi seu dia?” e o “normal” vindo da mais velha. Eles fizeram toda a burocracia do check-in, a entrega das malas e tudo mais.

POV’S Brian
 Ao final da consulta fomos até uma lanchonete próxima ao hospital. Pedimos algumas coisas e nos sentamos naquelas cadeiras desconfortáveis e nas mesmas minimamente pequenas. Meus pais tentavam me entreter e fazer outros comentários para tentar puxar assunto. Tentei não parecer que estava me lixando para o que diziam, mas penso que pareci realmente assim. E na verdade não sei o que mais me deixava nervoso, a viagem da Melissa ou a insuportável dor que subia das minhas pernas. Tentava pensar em outras coisas, mas era impossível esquecer que a minha garota estaria agora milhas distante de mim. Não poder toca-la ou ao menos sentir teu cheiro já doía o bastante para superar minha perna.
Perguntei a minha mãe se ela tinha uma caneta, e após instantes ela me entregou uma de tinta preta. Um guardanapo se juntou a ela e escrevi algumas coisas. Nada grandioso, só o que eu queria ter dito durante todo este tempo e não consegui. E em letras minha agonia era levada, como o cheiro de café que predominava no lugar. Os dois tentavam disfarçar que me olhavam, e fingi que não os via. Guardei o papel no bolso direito da calça, pagamos a conta e fomos para o aeroporto. No carro tocava baixinho My Girl, na versão cantada pela Legião Urbana, como uma trilha sonora. Desta vez eles não fizeram comentários e deixaram que eu sentisse minha dor em paz. Faltavam alguns minutos para o voo quando chegamos. Enzo, Megan e Kamila completavam os espaços no banco ao lado de Melissa. A observei de longe, seus cabelos moldando seu rosto, uma blusa folgada e calça justa formando as curvas de seu corpo. Ela parecia nervosa, balançava o pé enquanto conversava com os outros três. Caminhamos lentamente até eles, tendo de desviar das pessoas a fim de espaço para poder passar com a muleta. Mel e Chay nos viram rapidamente e ela soltou um sorriso, como o de Melissa. Ao chegarmos perto Enzo avisou de nossa chegada para ela, que pareceu respirar aliviada, no mesmo momento que anunciaram o voo. Eles se levantaram rapidamente e se organizaram numa fileira longa. Começando das avós, família, nossos pais e por fim, Eu, Enzo, Kamila e Megan. Eram abraços fortes e algumas palavras de motivação e "Boa sorte" de cada um deles. Após a despedida dos parentes, Melissa chegou em nós. Ficou parada nos observando enquanto suas bochechas eram inundadas por suas lágrimas, que apenas faziam o mesmo comigo. Ela começou por Enzo, o abraçou e deu um beijo em sua bochecha que seguiu por palavras em seus ouvidos:

- Eu sei que nunca fomos muito chegados, mas, sei que fará falta, e pode deixar que vou lembrar sim de mandar as coisas que pediu, ta? - ela sorriu - e cuida bem da Meg, por mim, ela vai precisar - eles se abraçaram novamente e Enzo respondeu a promessa.
Ela seguiu para Megan, que tentava ser forte, mas após o abraço ela não aguentou. 

 - Ai, Meg - Melissa disse olhando fundo em seus olhos - se cuida. Eu queria muito estar aqui pertinho, te ajudando e te apoiando agora, que sei que é um momento tão difícil na sua vida. Mas de lá eu vou estar mandando as melhores vibrações possíveis. E não esquece que tudo vai acabar bem, eu acredito em você, ruivinha - a voz dela era embargada por conta do choro - não desiste, ta? 
Kamila sem medir esforços logo após grudou no pescoço de Melissa. As duas choravam como duas crianças que foram deixadas de castigo. Elas tentavam conversar apenas pelos sentimentos e fazer com que aquele abraço não terminasse e ela tivesse de ir. 

- Ô, lora - elas se soltaram - minha vontade é de te colocar na mala e te levar comigo - ela forçou um sorriso - quem vai cuidar de mim quando tudo estiver dando mal? Quem vai me forçar a assistir aqueles filmes cheios de sangue e me forçar a comer contigo uma torre de sorvete? Me fazer rir e contar os melhores babados? 
- Eu vou te ajudar independente de onde você esteja, miga, não importa se vai ser aqui, na Califórnia ou no Usbequistão. Sabe que é só gritar que eu vou estar lá, agora na frente do computador pra te acudir - elas sorriram e se abraçaram. 
 E por fim, ela parou em minha frente. Não mexia-mos um músculo que fosse, apenas deixamos as lágrimas dizer. Desta vez foi ela quem agarrou meu pescoço. A abracei fazendo com que as muletas ecoassem no chão do aeroporto. Eu sentia sua lágrimas molharem meu ombro, como se pedissem que eu nunca mais a soltasse, que não era diferente da minha vontade. 
- Me desculpa - ela disse ainda me abraçando 
- Não as peça, já lhe disse - respondi
- Obrigado por ter me feito cada dia mais feliz por estar ao seu lado.
- Se depender de mim, nunca será diferente, e você sabe disso.
- Obrigado por tudo meu amor - ela me apertou mais - independente do que aconteça neste tempo, eu só quero que saiba que nenhum dos meus dias poderiam ter sido melhores, só por estar com você. 
- E eu te digo o mesmo, os meus não seriam melhores, porque simplesmente ver teu sorriso, já valiam a pena - nos beijamos repetidamente 
- Filha, desculpa, mas nós temos que ir - disse Mel se aproximando e nos soltamos, mas juntamos nossas mãos.
- Eu te amo - ela disse fazendo com que eu realmente ficasse impressionado
- Como? - tive de pedir para que ela repetisse.
- Eu te amo - ela sorriu percebendo minha felicidade.
- Eu também - respondi
- Eu também o que? - ela me imitou e não segurei o sorriso.
- Eu te amo - nos abraçamos pela última vez e coloquei guardanapo em seu bolso. 


Aos poucos ela foi se distanciando, assim como seus pais e Larissa. Não tirávamos os olhos um dos outro. Ela andava de costas. Ela mandou um beijo com a mão para todos nós, e repetiu mais um vez o seu "Eu te amo" e entrou na fila para pegar o avião. 
Vimos o avião dela partir depois voltamos para casa. Durante o caminho ainda não falamos nada, eles, mais uma vez, quiseram deixar que eu sentisse tudo o que estava acontecendo e que se precisasse falava com eles.  
- Mãe, pai - eles me olharam quando paramos no farol - sabe aquele kit para o meu skate que eu tinha pedido de aniversário?
- Sim - eles responderam juntos 
- Esqueçam. Que tal uma viagem? São Francisco mais precisamente - eles sorriram um para o outro 
- É. ótimo escolha - meu pai respondeu e seguiu com o carro. 

Pov's Brian /Off


O almoço já posto a mesa esperava a chegada dos amigos na casa de Anelise e Caio. 

- Hum, o cheiro esta bom - disse Beatriz entrando na sala que era dividida com o a sala de jantar 
- Espero que o gosto também - respondeu Caio 
- Eles vão demorar, Ane? Estou com fome - reclamou Maria Eduarda 
- É, eu também - Murilo se juntou a irmã
- Eles já estão chegando - disse Anelise quando a campainha tocou - olha só - ela riu - pareceu até coisa de filme - ela caminhou até a porta junto com o marido e os dois abriram a porta. 
- Sei que somos maravilhosos, mais de cinema já é demais né, Ane? - disse Olívia do outro lado da porta 
- Olí! - as duas se abraçaram 
- Amiga! - disse Olívia enquanto abraçava Anelise
- E ai, cara - Caio e Natan se cumprimentaram com um toque seguido de um abraço, e após, Natan cumprimentou Anelise, assim como Caio, Olívia e o casal convidou os amigos para entrar. 
- E quem é esse meninão? - perguntou Anelise se referindo à criança no colo de Natan.
- Bruno! - o menino se prontificou a dizer. 
- E ai, Bruno, tudo bom? - perguntou Caio e o menino balançou a cabeça em resposta.
- E vocês? Não vão se apresentar? - perguntou Olívia virando para as crianças no sofá.
- Maria Eduarda, mas pode me chamar de Madu! - disse a menina sorridente.
- Murilo, mas pode me chamar de... Hã, Murilo mesmo - disse o menino confuso.
- Prazer Madu e Hã, Murilo mesmo - brincou Olívia e os dois sorriram.
- Eu não ganho beijo não? - perguntou Beatriz saindo da cozinha.
- O que? Bia? - Natan perguntou assustado.
- Ao vivo em cores - respondeu a menina cumprimentando o casal.
- Mas você não era deste tamanho assim? - perguntou Olívia batendo na metade de sua perna - Ai, ok, fui careta, né? 
- Foi sim, amor - disse Natan e eles riram
- Ei gente, vamos nos sentar? Aposto que estão com fome 
- Eu - disse Bruno agora no chão
- Esta vendo só? - disse Caio
- Deixa eu só fazer xixi? Ane, onde é o banheiro? Essa coisa de grávida toda hora ir no banheiro não ta dando não - disse Olívia
- Ah, nem quero pensar quando chegar nesta fase, e a propósito, parabéns!
- Nesta fase? Esta grávida também, Ane? Então parabéns a nós! - elas sorriram - mas agora sério, onde é o banheiro?
- Ah, claro - ela guiou a amiga até ele. 
- E eu achando que dois já era muito - comentou Natan - três, cara?
- Pois é, e tudo numa tacada só - respondeu Caio e os dois riram

Após alguns minutos todos se sentaram a mesa e se serviram. 

- Espero que gostem - disse Caio
- Caio, se foi você quem fez, até gelo fica bom na sua mão - brincou Olívia
- Não é porquê é meu marido não, mas ele cozinha bem mesmo - após o final do almoço eles se sentaram na sala para conversar. Beatriz ouvia música em seu quarto e Madu, Murilo e Bruno brincavam no quarto das crianças. 
- Hum, Ane - Natan deu um gole na cerveja que bebia - estava comentando com o Caio, três de uma só vez?
- Pois é, estávamos querendo filhos mesmo, mas ai descobri um problema no óvulos que eles não consegue fazer todo o processo, sabe? - eles concordaram com a cabeça, visivelmente abalados com o que a amiga disse - ai decidimos pela adoção. Primeiro fizemos uma visita como voluntários, fomos lá alguns dias, e eles foram quem mais nos chamou atenção, e então entramos com o processo de adoção, dizendo todas as características possíveis deles para que fossem eles mesmo e no meio de tudo isso, descobrimos que consegui ficar grávida junto já conseguimos a adoção então veio tudo junto.
- Ah que bom - Olívia sorriu tentando não parecer abalada - e já sabem o sexo?
- Ainda não, estou no terceiro mês. E o seu?
- Lívia! - o casal anunciou juntos.
- Lindo o nome - Anelise comentou e eles continuaram a conversa. 


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Bom gente, o capítulo vai ficando por aqui hoje, gostaram?

Não se esqueçam de comentar. Obrigado por ler.