Capítulo 19 - Beijo na chuva
Pov’s Melissa
Ao meio dia voltei para casa. Tudo a mesma coisa. Minha mãe
comia um pote de sorvete de brigadeiro e o cheirinho de comida saia da cozinha.
Hoje a Sandra cozinhava. Sorri para mamãe que respondeu levantando a colher me
oferecendo, neguei com a cabeça e subi para o meu quarto. Rodava o lápis em
meus dedos pensando no tema do nosso trabalho de Artes, algumas ideias rolavam
pelo navegador até que finalmente encontrei. Escrevi em um pequeno papel e
colei em meu mural logo acima do computador. Tirei o uniforme e coloquei uma
blusa comprida com uma legging,
algumas marcas permaneciam em mim e prefiro que não fiquem a mostra. Fazia um
pouco de frio. Não demorou muito e elas me chamaram para almoçar. Desci e logo
papai chegou, almoçamos juntos.
Mais a tarde eu fitava o teto em quanto pensava um pouco
quando meu celular apitou e me virei para pega-lo. Um número desconhecido no Whatsapp com a mensagem “Lembra de
mim?”, sinceramente eu não me lembrava, via e revia a foto do perfil e não me
recordava; “Não me desculpe”, respondi em seguida. “Jura?” “Juro” trocamos.
“Igor, filho do Marcelo, amigo de sua mãe” - comecei a me lembrar de seu rosto
no mercado. “Ah, sim. Mas como conseguiu meu número?” perguntei “Conheço o
Logan, irmão da Megan, que tem seu número” “Como sabe que somos amigas?” “Ouvi
uma conversa dela com a mãe sobre como é extraordinário conhecer a filha da
escritora mais querida daquela casa” “Hum. Não sabia que ela tem irmão” “É ela
tem” “Não querendo ser grossa, mas o que quer comigo?” “Conversar. Conhecer-te
melhor. Afinal nossos pais foram amigos”, eu não queria ser amiga dele, mas
após alguns minutos de conversas, descobri que ele é bem legal.
Não fiz nada de muito bom no meu dia. A noite logo chegou e
rolava na cama enquanto escutava múrmuros vindos do quarto de meus pais. Barry
– meu cachorro - brincava com uma bolinha próxima aos meus pés. Não demorei
muito para dormir, mas a certeza que algo aconteceria em breve com meus
progenitores era fato.
Acordei na manhã seguinte com o despertador. Uma garoa fina caia do lado de fora da janela
junto com a brisa da manhã na mesma temperatura. Me levantei e percorri minhas
mãos em meus braços na tentativa de esquentá-los. Tomei um banho quente e me
arrumei. Calça jeans, all star, blusa e um típico blusão por cima. Arrumei meus
cabelos, escovei meus dentes e passei uma maquiagem bem básica, um gloss clarinho e desci ao encontro de
meus pais. Eles se sentavam cada um em um canto da mesa, sem trocar palavras.
Desejei bom dia e eles responderam com um sorriso torto, junto com um “Como foi
sua noite” e o meu “Normal”. O café foi em total silêncio, papai seguiu para a
gravadora e mamãe me levou para escola seguindo para sua editora. Às vezes a escola era o lugar que eu mais
gostava de ficar. Lá pelo menos tinha comunicação. Encontrei com Brian logo na
entrada e nos cumprimentamos com um beijo na bochecha, ele me abraçou como se
soubesse que eu não estava bem. Entramos e encontramos com Megan, Enzo, Alex.
Megan e Enzo conversavam animados e rindo. Perguntei a Enzo sobre Kamila e ele
disse que ela estava mal, e que não quis dizer o que tinha. Questionei a Megan
sobre Igor e ela me pediu desculpas por passar meu número, mas eu estava até feliz
por ter conversado com ele. Fomos para a sala e conversamos um pouco, disse
minha idéia sobre o musical e eles toparam.
As três primeiras aulas foram boas, Inglês, História e
Física. Gosto destas matérias. Após fomos liberados para o intervalo. Ele foi
como sempre agitado, muita conversa e risada vinda de vários cantos do enorme
pátio.
- O que houve? – perguntou Brian próximo ao meu ouvido
- Nada – respondi baixinho
- Eu sei que não esta bem – ele disse voltando sua
curvatura.
As aulas se concluíram e fomos liberados. Fazia uma chuva
forte. Alex, Megan e Enzo já haviam ido embora, pois fui com Brian até a sala
da diretora para entregar alguns papeis a mando de seus pais. Tentamos ligar
para nossos progenitores, em vão. Nenhum deles atendeu, então enfrentamos a
chuva. Corríamos de toldo em toldo das lojas, Brian segurava minha mão para que
eu não caísse, pisávamos em possas jogando água em ambos. Estávamos chegando e
ele me puxou pela cintura, deixando nossos corpos colados. O que não era
difícil por conta de nossas roupa encharcadas.
- Você fica linda molhada
- Olha rímel escorrido não é nada bonito
- Pra mim fica
- Para – virei meu rosto com vergonha
- Olha pra mim – obedeci – não quero que tenha vergonha de
ficar comigo
- Brian – olhei para baixo
- Nos conhecemos há tanto tempo, vergonha não deveria
existir
- Mas nos conhecíamos como amigos
- E ainda sou seu amigo
- Amigos não se beijam
- Apenas um detalhe – nos olhamos com carinho e nos
beijamos. As gotas da chuva caia sobre nós intensificando o beijo, e o vento
tentando esfriar o momento.
Fomos para sua casa deixando rastros de água pela sala,
escada e corredor, e uma pequena possa em seu quarto. Estava bagunçado, eu
odeio ver o quarto dele assim, mas ele nunca me escuta. Ele tirou a roupa
molhada e foi tomar banho, me deu uma toalha com um short e camisa sua, ele
saiu do banheiro enquanto eu tentava igualar o short a minha cintura.
- Estou parecendo um menino – comentei me olhando
- Por você eu viraria gay – rimos e ele caminhou até o
guarda-roupas
- Cheirinho bom – comentei sobre seu perfume
- Obrigada – ele deu um sorriso e meu celular tocou.
"Alô" "Oi filha" – disse mamãe do outro lado da linha – "Oi
mãe" "Vou atrasar um pouco. Estou presa no trânsito" "Tudo bem. Estou na casa
do Brian" "Ah, tudo bem" "Quando chegar, traz uma roupa pra mim? A minha molhou toda" "Levo, mas vai ficar com a roupa molhada" "Estou com uma do Brian, parecendo um menino mas tudo bem" "Entendi. Bom quando chegar levo pra você. Beijo, te amo" "Beijo, eu também", desligamos.
- O que esta afim de fazer? - ele me perguntou
- Podemos cantar?
- Só se for agora - ele abriu se debruçou na cama e apanhou o violão.
- De Janeiro a Janeiro? - Brian assentiu com a cabeça e cantamos.
- Mas talvez, você não entenda; Essa coisa de fazer o mundo acreditar; Que meu amor não será passageiro; Te amarei de janeiro a janeiro; Até o mundo acabar - finalizamos e nos olhamos sorrindo.
@BrianB: “Ao seu lado não importa o que aconteça conseguirei achar motivos para me sentir feliz.”
Durante a tarde conversamos, rimos muito e nos beijamos algumas vezes. Minha mãe trouxe minhas roupas e deixei meu "dia de menino". No começo da noite fui para minha casa. As vozes já eram possíveis de serem escutadas do térreo. E aquilo me consumia e me fazia muito mal. E já tinha certeza, mesmo antes do "Nos temos que nos separar".
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Hey amores, que saudade daqui. Não tive tempo MESMO de escrever estes ias. Mas espero que tenham gostado, mesmo apenas sendo "Pov's Melissa".
Comentem o que acharam. Obrigada por ler.
Amei, Brilisa para sempre, e ChaMel sem brigas. Amei o capitulo
ReplyDeleteObrigada amoree.
DeleteCapitulo Perfeito, afinal, todos são! Mas :/ ChaMel vão se separar :/
ReplyDeleteObrigada amor. Será? Próximo capítulo! Haha
DeleteAmei Brilisa
ReplyDeleteAmei amei amei
ReplyDeleteCintinua
ReplyDeleteAmei,não queria que ChaMel se separasse.
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